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Meu caminho nesse mundo, eu sei.Vai ter um brilho incerto e louco dos que nunca perdem pouco,nunca levam pouco,mas se um dia eu me der bem,vai ser sem jogo (...)Cazuza. Uma menina comum.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Queridos, para mim está tudo em demasiado, vorazmente se escolhe sobre as típicas dúvidas barrocas, então boa análise do poema, bom final de semana.

Está tudo a crescer demasiado:
os fins-de-semana, os amores
não correspondidos e as más notícias;
o espaço que se ocupa.
A chuva miúda que cai,
como se ninguém se importasse
— a humidade escorre pelas paredes,
escorre pelos cigarros, uma desistência
que é como um preceito higiénico,
aquilo que se pode subtrair
à equanimidade do mundo
e ter pronto em duas malas (uma
meio vazia). O que há de perigoso
nas vísceras de uma máquina
fotográfica: listas de mercearia,
maus pressentimentos, ruas vazias
ou, vá-se lá saber, a morte em palco.

José Alberto Oliveira

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